sábado, 17 de maio de 2014

Things I love about Luanda

Bom tempo

É estranho trabalhar com a sensação de que se está sempre de férias.
Não me interpretem mal, não se trata de trabalho mole, mas sim da temperatura ambiente ao longo do dia. São 9 da noite e uns belíssimos 28 feeling like 31. 
Mas nem tudo são rosas, especialmente quando se "apanha um duche", às 11 da manhã, vindo cá fora fumar um cigarro durante e apenas 1 minuto e meio! (sabem como sou rápido). O cabelo pinga e a camisa cola, mas no fim, chegar a casa e o uniforme ser o calção e o chinelo, isto, meus senhores e minhas senhoras, não tem preço!!!



Baía de Luanda



É o verdadeiro calçadão. Famílias a passear, miúdos a jogar basquetebol nos campos adjacentes, casais a namorar em românticos bancos de jardim e, claro, os tugas a correr. LOL
É área mais bonita de Luanda. Totalmente recuperada, uma zona segura e com um mar incrível. À noite, e entrando mais pela ilha (que não é ilha, é um pequeno istmo) encontra-se a movida de Luanda. Discotecas e restaurantes da moda, pousam todos neste bocado de terra.


Praia do Mussulo


Não encontrei-a tão limpa, no entanto, é um gozo esta água.



Bicharada

Este tema provoca-me mixed feelings: tanto vejo uma borboleta, linda, com cores e padrões incríveis, como baratas castanhas, de grandes antenas e asas.
Passada a impressão inicial relativamente às ultimas, o divertimento de todos cá em casa é o biqueiro-imobilizador, que mediante o remate, consegue virá-las ao contrário e ficar, como que deitadas nas palhinhas, a admirar o tecto falso.
Gross, but funny.

to be continued



sábado, 19 de abril de 2014

Chegada a Angola

Dizem e é bem verdade: quando se chega a Angola e se sai do avião, é-se invadido por uma sensação estranha.

À parte da "bafarada" do ar quente e húmido que se cola na cara, tudo é um mundo novo. Pobre, sujo, muito sujo. Pessoas a vender no meio dos carros desde telemóveis, cintos e carteiras (o esperado) até esfregonas, cabides para roupa, tudo serve para vender. 
Só para terem uma ideia, 70% do comércio angolano é assim, informal. Na rua, nas janelas de casas, nas centenas de mercados mais ou menos organizados. Apenas uma franja de 3 a 4 milhões de pessoas é que entram nos supermercados.

Caro, tudo muito caro (exceto tabaco e combustível, claro). Tenho a carteira cheia de notas, maços e maços de notas que não valem nenhum, moedas então não têm qualquer valor.

Trânsito caótico. Mesmo quando não é "pára-arranca", não existem regras. Os camiões vão pela faixa da esquerda, quem quiser passar que se desenrasque, ultrapassa-se pela direita, vai-se pelas bermas, tudo é permitido. Depois de umas horas de chuva, é ver carros entalados no meio da lama que só dias depois conseguirão sair dali. Ontem, por exemplo, íamos ter uma reunião às 18h00 e a carrinha só chegou cá às 20h30 :) 

Para isto tudo usa-se o acrónimo  TIA - This is Angola.

Já me chamaram de tudo: chefe, boss, pai e padrinho e ainda nem sequer conheci qualquer pessoa com quem vou trabalhar. Este é o tratamento que se dá ao estilo "senhor" ou "você", sem qualquer conotação hierárquica.

À parte disto tudo, há uma alegria intrigante no rosto destas pessoas que quero muito descobrir: apesar do limiar da pobreza ser numa escala difícil de ser percebida por nós, eles (sobre)vivem. Vivem felizes, com o pouco ou nada que têm. 
Sempre achei que o meu pico de felicidade estaria no ultimo nível da pirâmide do senhor Maslow. Mas já diziam os Clã, que, "depois de lá chegar, vais querer saltar".